Pela segunda vez no ano, ipês-brancos florescem e encantam moradores da capital

Árvores anteciparam ciclo no inverno e agora voltam a florescer com a chegada da primavera

Por Redação
30/09/2025 06h29 - Atualizado há 12 horas
Pela segunda vez no ano, ipês-brancos florescem e encantam moradores da capital
(Créditos: Divulgação)

A chegada da primavera trouxe novamente o espetáculo dos ipês-brancos em Campo Grande. Mesmo após uma florada intensa no fim do inverno, motivada por alterações climáticas, as árvores surpreenderam moradores e visitantes com uma nova explosão de flores desde o dia 22 de setembro.

De acordo com o professor e biólogo Milton Longo, o fenômeno tem relação direta com as variações de temperatura registradas nas últimas semanas. “A surpresa maior está no comportamento do ipê-branco, que se adiantou um mês e agora está florindo de novo em setembro, estimulado pelo calor alternado com frentes frias. A natureza se adaptando ou, quem sabe, reagindo. A floração simultânea, ao mesmo tempo, em que encanta, é também um lembrete de que as mudanças climáticas já afetam o ritmo natural da vegetação”, afirmou.

Segundo o especialista, as quatro principais espécies utilizadas na arborização urbana seguem uma sequência de floradas ao longo do ano: ipê-rosa, ipê-roxo, ipê-amarelo e, por último, o ipê-branco, geralmente em setembro. “Estamos falando de espécies diferentes. Você tem uma certa sequência lógica de floradas, que neste ano acabou sendo sobreposta entre as quatro principais espécies que a gente conhece e que são usadas na arborização pública”, explicou Longo.

Neste ano, porém, o ciclo foi alterado. “O ipê-branco já está na segunda florada, está lindo, inclusive! Isso acontece por causa de um segundo estímulo, que é a variação de temperatura. De fato, temperatura e umidade são os principais fatores que determinam essas floradas”, completou o biólogo.

As mudanças climáticas, somadas a um inverno atípico e à sucessão de frentes frias no início da primavera, favoreceram o descompasso, resultando em floradas simultâneas que encantam pela beleza, mas também refletem desequilíbrios ambientais.

Cidade Árvore do Mundo

O cenário se soma ao título internacional de “Cidade Árvore do Mundo” (Tree Cities of the World), conquistado por Campo Grande pelo sexto ano consecutivo em 2025. A certificação reconhece a gestão e preservação das áreas verdes da capital.

Entre as ações de arborização, a Prefeitura distribui gratuitamente mudas de espécies nativas e frutíferas à população. Apenas em setembro, em comemoração ao Dia da Árvore (21), foram entregues mais de 15 mil mudas de acerola, amora, araçá, goiaba, jabuticaba, nêspera, pitanga e romã, todas cultivadas no Viveiro Municipal.

A iniciativa, organizada pela Semades (Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável), mobilizou pedestres e motoristas em diferentes regiões, evidenciando o engajamento da população com a preservação ambiental.

Campo Grande tem uma das maiores médias de arborização entre as capitais do país. O biólogo Milton Longo destaca que, apesar da visibilidade dos ipês, outras espécies têm maior presença. “A árvore mais comum em Campo Grande, em termos de arborização, é o oiti. Entre os ipês, os mais presentes são o rosa e o amarelo. E agora, neste curto período, o branco está se destacando bastante também”, ressaltou.


Notícias Relacionadas »