Símbolo da história militar do Brasil e de Mato Grosso do Sul, o Forte Coimbra, localizado no Pantanal, completou 250 anos neste sábado (20). Durante a celebração, foi lançada a pedra fundamental da obra de restauração do monumento, orçada em R$ 19 milhões, com apoio do Governo do Estado.
A solenidade militar, organizada pelo Comando Militar do Oeste (CMO), contou com a presença do governador Eduardo Riedel, do ministro da Defesa José Múcio, do comandante do Exército, general Tomás Paiva, e do comandante do CMO, general Alcides de Faria, além de outras autoridades civis e militares.
Riedel destacou a relevância do Forte para a identidade sul-mato-grossense e sua conexão com o desenvolvimento atual. “Eu estive no Forte Coimbra para conhecer um pouco de toda a história, a gente não pode esquecer, em momento algum da nossa origem, formação, de onde viemos. A gente vive um Estado em pleno desenvolvimento, com talvez os menores índices de desocupação do país, com crescimento de PIB acelerado, e empresas que estão vindo para o Mato Grosso do Sul. Passamos por uma transformação, no eixo de segurança alimentar e de transição energética, e temos na sustentabilidade o grande ativo dessa transformação. E quando associamos sustentabilidade com a nossa história, que é um ativo imaterial, eu não tenho dúvida nenhuma que aqui tem um ativo com potencial fantástico”, afirmou.
Para o ministro José Múcio, o Forte representa não apenas um marco histórico, mas também uma inspiração para o futuro. "A melhor forma de nós projetarmos o futuro é conhecermos a nossa história, respeitarmos os nossos heróis, ter conhecimento de quanto foi difícil a luta por eles. Hoje é difícil chegar aqui, imagine naquela época cuidar das nossas fronteiras. Eu estou assim, extremamente orgulhoso. Eu parabenizo as Forças Armadas por cuidarem das nossas fronteiras, nós temos muito que lutar por uma sociedade melhor, por um país mais justo, para que nossos filhos possam viver com mais dignidade. Eu conversei com o governador (Eduardo Riedel) e ele está entusiasmado em participar, e tem o acesso que também vai continuar pelo Pantanal, que está com metade pronta. Mas o importante é que cada um cuide da sua parte para que nós possamos fazer um projeto único que sirva o povo do Mato Grosso do Sul, que sirva o país e que sirva as futuras gerações."
Construído em 1775, às margens do Rio Paraguai, próximo à tríplice fronteira com Bolívia e Paraguai, o Forte foi tombado pelo Iphan em 1974. O comandante do Exército, general Tomás Paiva, ressaltou a importância da celebração. “Com esta celebração dos 250 anos do Forte, damos um exemplo para o Brasil de como a gente integra a sociedade, com o Estado e o Exército Brasileiro. Com respeito, continuidade e comprometimento, para preservar esse patrimônio, valorizar a cultura para que as pessoas possam visitar e ver o que aconteceu no passado e como isso foi importante para a integração no Brasil. É uma aula de história e cidadania, com tolerância, respeito, integração”, disse.
O Forte Coimbra testemunhou conflitos históricos, como a Guerra da Tríplice Aliança (1864), e segue atuando como base estratégica para as Forças Armadas na proteção das fronteiras e do Pantanal, incluindo ações contra ilícitos e no combate a incêndios florestais.
Além da restauração, avaliada em R$ 19 milhões, o Governo de MS também investe R$ 40 milhões na implantação da MS-454, rodovia que dará acesso terrestre ao monumento e impulsionará o turismo sustentável na região. Segundo Riedel, a revitalização abre caminho para que o Forte seja reconhecido como Patrimônio Mundial da Unesco.
“Nós, enquanto poderes constituídos e responsáveis pela condução do Estado, temos obrigação de viabilizar, restaurar o Forte e potencializar para o Brasil e o mundo. A nossa história é importante para o país e para o Mato Grosso do Sul. Fico muito emocionado de estar no Pantanal, e por toda a celebração pelos 250 anos de Forte Coimbra, e a revitalização. E convido a iniciativa privada a participar desse processo, porque é um monumento que certamente vai ser reconhecido pela Unesco, o processo já está avançado, é uma referência global para a história da América do Sul. O Exército Brasileiro tem sido um grande parceiro, no processo como um todo de elaboração do projeto, da empresa que está assessorando, que fez o projeto de revitalização e restauração. Então, é um patrimônio do Brasil que o Exército tem um carinho enorme por ele e nós também. A parceria é mais do que natural e nós seguimos firmes para viabilizar essa restauração e a valorização desse ativo histórico que o Mato Grosso do Sul detém", afirmou o governador.
A restauração será executada pelo Iphan, em parceria com o CMO e a APPA (Associação Pró-Cultura e Promoção das Artes), responsável pela captação de recursos via Lei de Incentivo à Cultura.
As comemorações pelos 250 anos começaram em Corumbá, na sexta-feira (19), com um concerto da banda do CMO na UFMS. No sábado (20), a cerimônia militar no Forte foi encerrada com um show do cantor sul-mato-grossense Almir Sater, realizado às margens do Rio Paraguai.