Mato Grosso do Sul enfrenta um período crítico, marcado pela combinação de estiagem prolongada, calor intenso e baixa umidade do ar. Segundo análise do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), ligado à Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), esse cenário aumenta de forma significativa o risco de incêndios florestais em diversas regiões do estado.
De acordo com o levantamento, um sistema de alta pressão atmosférica tem mantido o tempo firme nos últimos dias, com céu claro a parcialmente nublado, ausência de chuvas e forte insolação. Em várias cidades, as temperaturas máximas ultrapassaram os 38°C, enquanto a umidade relativa do ar chegou a índices entre 8% e 15% em municípios como Amambai, Ponta Porã, Três Lagoas e Bataguassu. Níveis abaixo de 30% já são considerados extremamente secos e favorecem a propagação do fogo.
A falta de chuvas significativas agrava ainda mais a situação. Em Campo Grande, Coxim, Corumbá, Dourados, Ivinhema, Paranaíba e Três Lagoas, já são mais de 37 dias sem precipitações expressivas. Porto Murtinho é o município mais afetado, com 94 dias sem registrar mais de 10 mm de chuva.
O monitoramento meteorológico mostra ainda que, em cidades como Três Lagoas, Paranaíba e Coxim, há pelo menos 13 dias consecutivos de temperaturas acima dos 30°C combinadas com umidade relativa inferior a 30%. Essa condição forma o chamado “triângulo do fogo”, no qual calor e ar seco criam ambiente altamente propício à ignição e rápida propagação das chamas.
Para os próximos dias, o perigo de fogo permanece em nível extremo, o que significa alta probabilidade de incêndios de difícil controle, mesmo com uso de meios aéreos. As previsões sazonais também não trazem alívio: entre outubro e dezembro de 2025, a tendência é de temperaturas acima da média e chuvas mal distribuídas, o que deve manter a vulnerabilidade ambiental elevada.
A análise conclui que Mato Grosso do Sul atravessa um cenário de risco severo, que exige atenção redobrada em ações preventivas, estratégias de mitigação e reforço da capacidade de resposta para reduzir os impactos ambientais, sociais e econômicos dos incêndios florestais.