O Governo de Mato Grosso do Sul assegurou avanços em áreas estratégicas como microcrédito, economia criativa, quilombolas e inovação, após a 24ª Reunião Ordinária do Conselho Deliberativo da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Condel/Sudeco). O encontro foi realizado nesta quarta-feira (10), em Brasília, com participação on-line da equipe sul-mato-grossense a partir da Governadoria.
O Estado foi representado pelo vice-governador José Carlos Barbosa (Barbosinha), acompanhado do secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), e do secretário-executivo de Desenvolvimento Sustentável da pasta, Rogério Beretta.
Entre as deliberações, que passam a valer ainda em 2025, o colegiado aprovou alterações na programação do FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste). As propostas do MPO, Banco do Brasil e Sudeco preveem, por exemplo, condições diferenciadas de financiamento para comunidades quilombolas e ajustes na linha de Ciência, Tecnologia e Inovação, de modo a torná-la mais próxima das demandas regionais. Também foram aprovadas mudanças no Regimento Interno do Condel, atualizando regras para dar maior clareza e segurança jurídica às decisões.
Para o secretário Jaime Verruck, a reunião trouxe avanços estratégicos para o Estado. “As novas normas do FCO para o ano 2025 trouxeram inovações importantes, como o financiamento de startups, lembrando que Mato Grosso do Sul é o nono estado brasileiro em número desse tipo de empreendimento. Também tivemos a inclusão da Rota Bioceânica como prioridade estratégica de financiamento. Isso está totalmente alinhado à estratégia do Governo do Estado. Também é importante informar que ainda temos recursos disponíveis no FCO: na última reunião, transferimos mais de R$ 300 milhões do setor empresarial para o rural, para garantir 100% de aplicação dos recursos em Mato Grosso do Sul”, destacou.
Já o secretário-executivo Rogério Beretta enfatizou a importância da inclusão social. “É importante citar a questão do FCO Quilombo, que estabelece o atendimento, a partir de agora, específico às comunidades quilombolas, com uma taxa de juros diferenciada. Isso representa a inclusão de uma nova categoria que passa a ser beneficiada pelo Fundo”, afirmou.
O vice-governador Barbosinha avaliou que a modernização dos instrumentos é essencial para ampliar os impactos do FCO. “Temos hoje o setor do agro como a grande locomotiva do nosso Estado, além da indústria, que vem recebendo investimentos importantes. Modernizar os instrumentos da legislação é fundamental para desburocratizar os recursos e assegurar juros acessíveis, porque sem isso se perde o objetivo central do Fundo, que é financiar o desenvolvimento dos nossos estados”, declarou.
O colegiado também ratificou as diretrizes e prioridades do FCO e do FDCO para 2026. Para o Fundo Constitucional, estão em destaque inovação tecnológica, agroecologia, bioeconomia e projetos de energia renovável, além de obras ligadas ao Programa Rotas de Integração Sul-Americana. Foram incluídos ainda o Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO), ampliando o acesso de microempreendedores ao crédito, e a economia criativa como prioridade de financiamento, contemplando audiovisual, moda, gastronomia, música, cultura digital, design e outros segmentos inovadores.
No caso do FDCO, o Condel aprovou a revogação da Resolução nº 114/2021 e a edição da Resolução nº 172/2025, que entra em vigor em janeiro de 2026, simplificando etapas de análise e reduzindo prazos. Também foram definidas prioridades em Ciência, Tecnologia e Inovação, como Indústria 4.0, Cidades Inteligentes, Iluminação pública digital, Segurança Cibernética e Tecnologia Assistiva.
Outro ponto apresentado foi o relatório das operações acima de R$ 10 milhões contratadas entre fevereiro e junho de 2025. Mato Grosso do Sul registrou seis operações nesse período, totalizando R$ 88,4 milhões em financiamentos.
Verruck informou ainda que recebeu da OCB-MS propostas para modernizar a participação das cooperativas no FCO a partir de 2026. “Encaminhamos essas propostas ao vice-governador Barbosinha, para que sejam levadas formalmente ao Condel”, disse.
