Após a derrubada do veto pela Câmara Municipal, a Prefeitura de Campo Grande deverá elaborar um plano para erradicar a planta exótica murta (Murraya paniculata) e substituí-la por outras espécies.
A medida é determinada pela Lei nº 7.451, que estabelece a retirada da murta em todo o território da capital por razões ambientais e de saúde pública, já que a planta serve de hospedeira ao inseto transmissor do greening, uma das doenças mais graves que afetam a produção de cítricos em todo o mundo.
De acordo com a legislação, caberá à prefeitura planejar e executar a remoção, além de providenciar a substituição das árvores. A exigência se aplica apenas a casas e comércios que possuíam mais de 10 exemplares de murta antes da vigência da lei.
Os moradores não terão custos com a retirada das plantas, já que o serviço será custeado pelo município. A multa de R$ 1 mil, prevista inicialmente para quem mantivesse a espécie, também não será aplicada.
O greening, ou Huanglongbing (HLB), é transmitido pelo psilídeo, inseto que utiliza a murta como hospedeira. A doença reduz a produtividade, compromete a qualidade dos frutos e pode levar à morte das árvores. Identificado inicialmente na Ásia, o greening chegou ao Brasil em 2004, em São Paulo, e hoje está presente em pomares de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Goiás, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária.
Com a expansão da citricultura no Estado, especialmente em municípios como Campo Grande, Sidrolândia e Terenos, cresce também a preocupação com a presença da murta.
