O MS ao Vivo deste domingo (7) foi marcado por emoção, música popular brasileira e valorização da produção autoral sul-mato-grossense. Pela primeira vez em Campo Grande, a cantora Liniker reuniu cerca de 25 mil pessoas, que cantaram em coro sucessos como Caju — que dá nome à turnê — Veludo Marrom, Papo de Edredon e outros hits. A abertura ficou por conta do cantor Silveira, que levou ao palco composições próprias.
Após a apresentação, Liniker falou sobre a recepção calorosa da plateia. “Foi muito maravilhoso sentir a energia das pessoas. Acho que isso para qualquer artista é um grande presente, ainda mais sendo uma cidade que eu não tinha vindo ainda, com nenhum show, com nenhuma turnê, então para mim chegar e ter essa resposta aqui do Mato Grosso do Sul dessa forma foi muito maravilhoso, estou muito feliz mesmo”, afirmou.
A artista, natural de Araraquara (SP), ressaltou que a turnê Caju, prestes a completar um ano, tem sido uma experiência de descobertas. Para ela, a iniciativa do Governo do Estado e do Sesc de oferecer apresentações gratuitas é fundamental. “Dentro desse um ano a gente tem rodado por muitos lugares do mundo, no Brasil, chegando em lugares que eu não tinha ido ainda, podendo levar uma música de qualidade para tantas pessoas, hoje a gente pôde trazer um show no formato que é gratuitamente para tantas pessoas. Acho que, cada vez mais, quando a gente tem essa devolutiva social de fazer um show incrível pro povo, é maravilhoso, porque não é só uma resposta pro povo, mas eu também me sinto mais vivo enquanto artista, trocando com pessoas que talvez não tivessem condição de ir no show, mas que gostem da minha música, mas que acompanham a minha trajetória, a minha história”.
O cantor Silveira abriu a noite valorizando a produção regional. “A gente sempre coloca a maioria música autoral porque a gente quer trazer essa representatividade de música regional também, que não é apenas o estilo musical. Música regional é toda música que é feita aqui pro nosso povo, falando pra nossa gente. Então, essa é uma coisa que a gente coloca como prioridade no nosso show. Foi uma energia maravilhosa, eu senti muito afeto, como o meu próprio show diz, né, Afroafeto. Senti o afeto do público muito contagiante, muita alegria em poder estar aqui, celebração mesmo da vida”, destacou.
O diretor-presidente da Fundação de Cultura, Eduardo Mendes, destacou o alcance da edição. “A gente tem uma nova atração, dessa vez trazendo a Linniker, que é uma representante do universo LGBTQIA+. Nós esperávamos muitas caravanas do interior do Estado e realmente aconteceram e o público veio e o importante é isso, que as pessoas possam assistir uma bela apresentação cultural, musical, num ambiente saudável, tranquilo, sem confusão. Acho que isso é o mais importante e hoje mais uma vez a gente conseguiu isso, estamos aí com a Linniker, tivemos um grande show do Silveira também, que fez uma abertura muito boa, mais uma pessoa de Mato Grosso do Sul que vem se destacando muito e agora a Liniker fechando com chave de ouro esse mês de setembro e agora esperar, né? No mês que vem, o aniversário do Estado com Michel Teló”, afirmou.
O público também veio em caravanas de diversas cidades do interior. A advogada Valesca Luzia Leão, de Dourados, viajou com um grupo de 130 pessoas para assistir ao show. “Eu acho muito importante os shows no Parque para as pessoas terem acesso à cultura. É bom que a capital está perto de Dourados, mas também seria interessante que nas cidades do interior também tivessem esses shows”, comentou.
Já o bancário Arthur Prudente dos Santos, de Iguatemi, que acompanhava Valesca, revelou ser fã de longa data da artista. “Eu acho que eu sou fã da Linniker faz bastante tempo, eu sou apaixonado principalmente pela voz. Desde que a Linniker tinha a banda Linniker e os Caramelos, eu gostava dela já. É trazer uma sonoridade em som, que é o que está muito em falta na música brasileira. Quando ela trouxe isso, eu fiquei apaixonado, então eu venho acompanhando ela com bastante tempo já. A gente fica muito feliz que acontece o MS ao Vivo, mas a gente fica pensando, nossa, tinha que ser assim, todo dia, todo final de semana. Porque a população precisa desse tipo de evento, tem que ser de graça porque é algo que é para o povo, o sul-mato-grossense precisa conhecer a cultura que o bom brasileiro produz. Isso também tem que se expandir aqui, que a gente tem artistas daqui, artistas nossos vizinhos também, que têm muito a apresentar, muito a proporcionar pra gente, e pra população no geral, é gratificante sair num domingo com a família e poder presenciar um show dessa magnitude”.
A próxima edição do MS ao Vivo será no dia 12 de outubro, em comemoração ao aniversário de Mato Grosso do Sul, com Michel Teló como atração principal. O evento é gratuito e integra a programação cultural promovida pelo Governo do Estado, por meio da Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura), da Fundação de Cultura de MS e do Sesc-MS.
