Crise na Santa Casa: superlotação e falta de insumos ameaçam pronto-socorro

Hospital pede suspensão de encaminhamentos e transfere pacientes para outras unidades

25/03/2025 00h00 - Atualizado em 25/03/2025 às 16h51

Por Lauren Netto

O pronto-socorro da Santa Casa de Campo Grande enfrenta um colapso devido à superlotação, com risco iminente de suspensão total dos atendimentos emergenciais. O hospital já pediu a suspensão do encaminhamento de novos pacientes e o remanejamento de internados para outras unidades.

Projetado para abrigar 13 leitos, o setor de urgência chegou a ter 87 pacientes internados na tarde de ontem (24/03), segundo a administração do hospital. Diante do cenário crítico, um ofício foi enviado à Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) solicitando a interrupção dos encaminhamentos que não sejam casos de extrema urgência. O hospital também menciona a falta de insumos, especialmente para procedimentos ortopédicos, como um fator que compromete ainda mais os atendimentos.

Com o agravamento da situação, a Santa Casa avalia a possibilidade de fechar temporariamente o setor de urgência e emergência, mantendo apenas os atendimentos aos pacientes já internados. Se confirmada, essa medida será inédita na história da unidade.

Para tentar reduzir a pressão sobre o hospital, a Sesau ativou um plano de contingência, que inclui a redistribuição de pacientes entre unidades de urgência e emergência. Crianças estão sendo transferidas para unidades com atendimento pediátrico 24 horas, e leitos temporários podem ser abertos conforme a demanda.

Segundo a secretaria, a superlotação tem relação direta com o aumento dos casos de doenças respiratórias e com pacientes de baixa complexidade que poderiam ser atendidos na rede básica.

Crise financeira e falta de insumos

A crise na Santa Casa não é novidade. Em fevereiro, o hospital já havia suspendido cirurgias eletivas por falta de insumos hospitalares. O problema atinge desde materiais básicos, como luvas e aventais, até itens mais complexos, como próteses e equipamentos ortopédicos.

Além disso, a falta de manutenção deixou diversos aparelhos hospitalares inutilizados. Sem perspectivas de reposição rápida, a crise estrutural continua afetando o atendimento e a segurança dos pacientes.

Para evitar que o cenário se agrave ainda mais, a Santa Casa está transferindo pacientes internados para outras salas dentro do hospital, tentando minimizar a superlotação nos corredores do pronto-socorro.


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